segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Alzheimer é causado pela perda de canabinóides, segundo estudo

De acordo com um novo estudo feito pela Universidade de Stanford, a doença pode ser causada pelo bloqueio e perda de canabinóides cerebrais.
O Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa que provoca o declínio das funções intelectuais, reduzindo as capacidades de trabalho e relação social e interferindo no comportamento e na personalidade. O marcador primário da doença é o acúmulo de placas de beta-amiloide no cérebro, o que compromete a sinapse das células neurais. Por muito tempo, os cientistas souberam que esses aglomerados que interferiam nos sinais de memória do cérebro, mas não tinham certeza de como.
Eis então que uma equipe da Escola de Medicina da Universidade de Stanford investigou os efeitos das placas de proteínas beta-amiloides em relação às atividades dos canabinóides endógenos, os endocanabinóides. Pra quem não sabe, nosso corpo produz substâncias chamadas endocanabinóides, semelhantes aos canabinóides encontrados na maconha. Estes compostos são produzidos naturalmente por nosso corpo e desempenham as mais diversas funções no nosso organismo, exercendo um papel fundamental na memória e aprendizagem por exemplo.
Analisando o cérebro de ratos, os pesquisadores observaram que as placas de beta-amiloide prejudicam indiretamente nas atividades normais dos endocanabinóides. Essa interferência pode ser a causa para os déficits de memória no início da doença de Alzheimer, segundo Daniel Madison – o PhD que liderou o estudo. Sendo assim, os canabinóides da maconha podem ser uma nova oportunidade para o tratamento do Alzheimer antes que a doença se desenvolva.
Entretanto, o Dr. Madison diz também que apesar das possíveis aplicações da maconha, não é possível afirmar com certeza que fumar maconha poderia neutralizar os efeitos da placa beta-amiloide na memória e aprendizagem.
“Os endocanabinóides são muito transitórios e são ativos apenas quando ocorrem importantes entradas no cérebro”, explica Dr. Madison. O principal ingrediente da maconha, o THC, tem um efeito mais duradouro, ele observa. “A exposição à maconha ao longo de muito tempo é diferente: como se melhorasse tudo indiscriminadamente, então você perde o efeito de filtragem. É como ouvir cinco estações de rádio ao mesmo tempo”.
Por outro lado, um estudo feito pela Universidade Complutense de Madri e pelo Instituto Cajal, demonstram que o uso da maconha pode reduzir a inflamação associada ao Alzheimer e, assim, evitar o declínio mental.
Inclusive, um estudo recente feito em 2013 por pesquisadores da Neuroscience Research Australia, sugere que o CBD, canabinóide não psicoativo encontrado na maconha, pode ser muito benéfico para o tratamento do Alzheimer. A equipe liderada por Tim Karl, descobriu que o tratamento com CBD levou a melhoras drásticas na memória de camundongos geneticamente modificados para imitarem os sintomas do Alzheimer.
Além do potencial no combate aos sintomas do Alzheimer, outros estudos sugerem que os canabinóides também podem ser uma promessa para retardar a progressão de doenças neurodegenerativas.
Sendo assim, podemos afirmar que as pesquisas apontam para um futuro promissor para aqueles que sofrem de Alzheimer, pois tanto o THC quanto o CBD vem mostrando aspectos positivos no tratamento da doença. Ainda que faltem estudos complementares, a maconha medicinal já é um tratamento bem estabelecido nos EUA e em outras partes do mundo.

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