segunda-feira, 3 de novembro de 2014

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Benefícios do exercício físico para a doença de alzheimer

    Estudos realizados nestes últimos tempos revelam que a prática regular de exercícios físicos têm sido de suma importância no tratamento da doença de Alzheimer.

    Conforme Manidi (2000), a atividade física deve estimular o paciente, trazendo benefícios no sentido de: facilitar a redescoberta do esquema corporal; preservar as capacidades funcionais remanescentes durante o máximo de tempo possível; melhorar o aspecto moral e a confiança; restituir a auto-estima e consequentemente, ajudar a manter certa qualidade de vida.

    De acordo com Atividade Física (2006), um estudo feito na Universidade de Chicago com ratos transgênicos, mostrou que ratos mais ativos quando comparados com os sedentários, apresentaram uma redução dos depósitos de placas amilóides entre os neurônios. Apresentaram também alterações bioquímicas cerebrais que podem explicar a diminuição das placas: foi detectado um aumento da enzima chamada neprilisina no cérebro, dotada da propriedade de degradar as placas amilóides. Essa enzima também potencializa a expressão de genes envolvidos no aumento da sobrevivência dos neurônios, na facilitação do aprendizado e na ativação dos mecanismos de armazenamento e formação de memórias. Ainda de acordo com este estudo, um outro parecido com este foi realizado pelos pesquisadores da Johns Hopkins, mostrou que a atividade física pode reduzir até 50% o risco de Alzheimer.

    Em outra pesquisa feita pela UNIFESP, com 65 idosos que foram submetidos a um programa de musculação durante seis meses, mostrou que houve uma melhora sensível nas funções cognitivas como: raciocínio, coordenação motora, percepção e memória, além de diminuir os índices de depressão e ansiedade, melhoraram também o humor e a afetividade.

    Um outro estudo feito por Linda Teri e colaboradores da universidade de Washington, feito com 153 portadores de Alzheimer. Neste estudo os pacientes foram divididos de forma aleatória em dois grupos, chamados de grupo A e grupo B. assim, o grupo A foi submetido a uma combinação de programas de exercícios físicos (dado aos pacientes) e um treinamento de técnicas corporais (dado aos cuidadores), o grupo B manteve sua rotina de medicamentos e acompanhamento médico. Ao comparar os resultados obtidos nos primeiros três meses, mostrou que o grupo A esteve duas vezes mais ativo que o grupo B, apresentando uma melhora nos níveis de depressão. E após dois anos, os pacientes do grupo A continuaram apresentando melhoras significativas, onde nesse período o grupo teve 19% de internações contra 50% do grupo B devido a distúrbios comportamentais.

    A atividade física segundo Castilho (2006), tem sido preconizada para doenças como esclerose múltipla e Alzheimer por melhorar o equilíbrio e a marcha; trazer menor dependência para realização de atividades diárias, melhora os sintomas de depressão e aspectos da função cognitiva, consequentemente melhora a capacidade de trabalho, diminuindo a incapacidade e a necessidade de cuidados de longa duração muito dispendiosos.

Precauções necessárias para a prescrição do exercício

    De acordo com Manidi (2001) e Brazão (2005), antes de se prescrever a atividade física é necessário fazer uma avaliação médica completa das condições clínicas, possibilidades físicas e a compreensão do paciente, este último é indipensável. Além do mais, a avaliação vai permitir o melhor acompanhamento do impacto positivo ou não do exercício físico.

    Manidi (2001), explica também que o acompanhamento deve ser feito de maneira regular, devido ao fato da evolução da doença. Além disso, os exercícios devem ser adaptado às possibilidades físicas e práticas do paciente, evitando confrontá-lo com eventuais fracassos que é visto como fator negativo. É necessário também que o profissional que está tratando o paciente seja flexível, facilitando assim, a vida de outras pessoas que cuidam do paciente, respeitando as regras de segurança, sem colocar em risco a vida do paciente.

Dieta e exercício

    De acordo com Rocha (2006) a atividade física além de promover o bem-estar, é capaz de promover efeitos protetores para o desenvolvimento de demências, entre elas a doença de Alzheimer. Algumas medidas simples como exercício físico e uma dieta alimentar com baixa ingestão calórica são capazes de retardar o aparecimento de sintomas da doença, sua progressão e de certa forma até mesmo evitá-las.

    Aliada à prática de exercícios, a dieta adequada também demonstra efeitos protetores sobre o sistema nervoso central. Uma dieta de baixa caloria pode aumentar a resistência dos neurônios a disfunção e morte.

    Conforme Cayton (2000), devido a constipação que a doença pode causar, é aconselhável que o portador da doença também faça uma dieta balanceada e rica em fibras.

    Uma pesquisa feita pela agência americana National Institute On Aging e publicada na revista “Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association”, revela que adultos que consomem a dose diária recomendada de ácido fólico reduzem significativamente o risco de desenvolver Alzheimer. Foram analisadas a dieta alimentar de 579 voluntários saudáveis com mais de 60 anos, entre 1984 e 1991. o estudo revela também que 57 dos 579 pacientes desenvolveram a doença e que os participantes com altos níveis de ácido fólico em sua dietas apresentaram uma chance menor de desenvolver a doença. Segundo Maria Corrada, que comandou o estudo junto com Cláudia Kawas, os indivíduos participantes que consumiram a dose diária recomendada de pelo menos 400 microgramas tiveram queda de 55% no risco de desenvolver a doença, e que embora o ácido fólico pareça ser mais benéfico que outros alimentos, o mais importante é perceber que uma dieta saudável em geral, parece ter um impacto em limitar o risco de Alzheimer.

    Esta sustância é encontrada em alimentos como fígado, rim, fermento, frutas (banana e laranja), vegetais folíferos, pão integral ovos e leite, porém pode ser destruída durante o cozimento dos mesmos.

Capacidade aeróbia e outros exercícios

    De acordo com (CASTILHO, 2005) o exercício aeróbico em indivíduos idosos resulta em diminuição da resistência em relação a rede vascular em aumento das lipoproteínas de alta densidade e em diminuição dos níveis sangüíneos de lipídeos. Contribuindo também, para o aumento da densidade da substância óssea, além de melhorar a tolerância à glicose, reduzindo os depósitos de gordura e aumentando também a massa corporal.

    Segundo (BRAZÃO, 2006) a caminhada é uma ótima opção de exercício por ser fácil e barato, dispensando o uso de aparelhos caros e sofisticados, mas além da caminhada, também são indicados exercícios como jogging, natação e ciclismo. Explica ainda, que a parte aeróbia do exercício deve ser feita todos os dias, se possível com duração máxima de 30 a 40 minutos.

    Os exercícios de sobrecarga muscular e flexibilidade também são muito importantes, principalmente após os quarenta anos de idade. Devem ser realizados pelo menos de duas a três vezes na semana. Os exercícios de sobrecarga muscular devem envolver os principais músculos e articulações, já o treinamento de flexibilidade deve envolver os principais movimentos e ser executado lentamente, até causar um ligeiro desconforto, para então ser mantido por no máximo 20 segundos. Este treinamento deve ser feito antes e/ou depois da parte aeróbia.

Esquema corporal

    De acordo com Rauchbach (1990), existem vários fatores a serem trabalhados na atividade física, um deles é a reeducação postural, onde através de estímulos proprioceptores e esteroceptores educando as sensações, alcança-se uma boa integração do esquema corporal e de atitude, facilitando desta maneira, as atividades diárias gastando menos energia e mudando o comportamento social e afirmando a personalidade.

    Os exercícios devem trabalhar o reconhecimento corporal e equilíbrio. Exemplo: levantar o braço direito, mover a perna esquerda, inclinar o corpo à direita. Também podem ser aplicados com o auxílio de um bastão, cadeira ou colchonete.

    É importante salientar que durante o exercício não deverá ocorrer incômodos. Se o paciente não se sentir bem e seguro durante o exercício, deverão ser tomadas as providências para que o problema seja corrigido. Exemplo: se não estiver com as costas bem apoiadas, procurar um apoio adequado ao tipo de exercício, se unir as pernas é for difícil, deixar as pernas afastadas, etc. Deve-se sempre orientá-los em relação a curvatura da coluna e posição da cabeça.

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