quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Sua Época: História da Neurociência


A obra de Alois Alzheimer deve ser entendida dentro de um contexto histórico. Se não conhecemos a evolução da medicina e da neurociência até sua época corremos o risco de perder de vista essa perspectiva. A época em que Alzheimer produziu e publicou seus trabalhos foi marcada por notáveis avanços.

Muitas das descobertas dessa época ainda são as referências básicas e clássicas da medicina exercida atualmente. Alguns fatos determinaram essa evolução e as conquistas atingidas iriam influenciar de maneira decisiva o avanço da ciência como um todo.
Esse passeio na história nos permite avaliar melhor a época em que Alois Alzheimer fez sua descoberta. Foi um período marcado por grandes conquistas, grandes mudanças e muito conhecimento científico. Esse período em que Alzheimer construiu sua carreira marcou a transição do empirismo para uma visão mais concreta da medicina, em especial na área da neurociência.

Convidamos você, visitante do alzheimermed, a nos acompanhar e fazer conosco um mergulho breve porém profundo na história da medicina e da neurociência.



IDADE MÉDIA

Santo Agostinho 354 – 437 DC - nascido na Tunísia, preconiza que a mente teria 3 partes: razão, memória e vontade.

Posidonius de Rodhes, também conhecido como Posidonius de Apaméia 135 – 151 DC - nascido na Syria, defende que o cérebro teria 3 divisões, cada uma com uma função: imaginação –frontal- entendimento e raciocínio-médio e memória-posterior.


Posidonius de Rodhes

Constatinus Africanus 1010 (20) – 1087 DC - monge beneditino e tradutor médico, nascido em Cartagena, funda a Escola médica de Salerno no Século XII que adota as teorias médicas de Hipócrates e de Galeno e segue a filosofia de Aristóteles.



”Aforismos de Hipócrates” (original) - traduzido por Constantinus Africanus.





No século VIII, no mundo islâmico, acreditando que os doentes mentais eram preciosos a Deus, fundam no século IX um asilo em Bagdá, nove em Damasco e vários no Egito onde os pacientes eram tratados com banhos, música, perfumes e dietas especiais.

São Thomás de Aquino 1225 -1274, nascido em Nápoles-Itália - sob a influência de Aristóteles separa mente e corpo combinando-os de acordo com os dogmas cristãos. Preconiza que as doenças sérias seriam resultado de sobrecarga emocional, intoxicação ou de outros fatores externos atuando sobre a mente.

Essa teoria embasaria a chamada “Escola de Psiquiatria Orgânica” defendida na Alemanha por Emil Kraepelin no século XIX.

RENASCENÇA

Do século XV ao século XVI o poder da Igreja diminui. Os estudos em física e matemática avançam rapidamente. Galileu e Newton desafiam os dogmas católicos e a visão da Igreja sobre a medicina é contestada.


Galileo Galilei 15/2/1564 Pisa –Itália – 8/1/1642.


Isaac Newton 4/1/1643 Inglaterra – 31/3/1727


Newton

A ciência, o ocultismo e as possessões demoníacas que andavam lado-a-lado, são questionadas por Paracelsus e Weyer que defendem a medicina humanística e se opõem contra a execução das “bruxas” e da prática do exorcismo mesmo em doentes com doenças mentais severas.

 


Julgamento das Bruxas de Salém



 

Auroleus Phillipus Theostratus Bombastus von Hohenheim, imortalizado como:

'Paracelsus,' Einsiedeln, Suíça - 1493- 1541.

 Joannes Wierus 1515-1588-Inglaterra - (Grave)-Considerado o “Fundador da Psiquiatria”

Andreas Vesalius 1514 – 1564 – escreve em 1543 o seu célebre “Tratado de Anatomia” – De Humanis Corporis Fabrica.



Capa de Tratado de Anatomia – 1543 – Vesalius.



Página Interna do Tratado de Anatomia - Vesalius

 Andreas Vesalius

William Shakespeare 1564-1623 - Stratford-Avon –Inglaterra sugere que as doenças mentais seriam resultado de uma grande sobrecarga emocional, ilustrando sua teoria com o comportamento de um dos seus mais famosos personagens, Hamlet.



SÉCULOS XVII e XVIII

Aumenta a industrialização na Europa, as populações rurais migram para as grandes cidades em busca de trabalho estável e o comércio se intensifica.

René Descartes 31/3/1596 -11/2/1650 – França - filósofo, cientista e matemático utiliza e apóia os conceitos preconizados por Galileu mas não publica seu trabalho pelo temor de ser preso como seu inspirador havia sido. Estuda vários assuntos apoiado em ciência e não em religião que foram desde a origem do universo, a ótica, a mecânica, o clima e a matemática. Descreve o Sistema de Descartes. Defende o conceito “atomístico e mecânico da natureza” desenvolvido por Newton e Galileu enfatizando a integração entre a mente e o corpo porém com suas diferenças específicas.


René Descartes

Richard Burton – sob o pseudônimo (Democritus Junior) – Inglaterra -1577-1640, padre anglicano e filósofo, contemporâneo de Shakespeare, escreve o clássico “A Anatomia da Melancolia” onde aborda vários aspectos da doença mental teorizando sobre causa, sintomas e até mesmo o prognóstico da hipocondria, alcoolismo, mitomania, depressão severa etc.



Robert Burton (Democritus Junior)



Os conceitos de doença tem seus aspectos clínicos enfatizados e ilustrados pelos relatos do médico inglês Thomas Sydenhan 1624-1689, que em 1686 descreve a variante da Coréia que leva seu epônimo conhecida como “Dança de São Vito”.

 Thomas Sydenhan

Jean-Martin Charcot 1825-1893 – assume a diretoria do Hospital de Salpêtrière, descreve a histeria e as neuroses e estuda a hipnose.

 Charcot


Charcot apresenta um caso de histeria a seus colegas

Sigmund Freud defende a teoria psicanalítica e discute com Charcot a origem das histerias baseando-se no histórico sexual dos pacientes.

Freud encontra resistência em tratar de uma paciente com neurose de histeria, em um hospital, cujo diretor era Meynert. Acreditava que a histeria era pura encenação e não doença.

Para tratar melhor esses pacientes, decidi ir para Paris, estudar a doutrina de Charcot.

Os dois médicos em conjunto examinaram uma paciente com histeria para estudarem os aspectos clínicos.

A descoberta do inconsciente e de sua importância psíquica é fundamento da psicanálise.





Relatório de Freud sobre a paciente em seu receituário



Sigmund Freud 1886-1939-

Nasce na Checoslováquia mas faz carreira e exerce medicina em Viena- Áustria

Vulpian foi junto com Charcot um dos diretores de Salpêtriére. Estuda com detalhes os pares cranianos do III ao X e a ação de drogas como a pilocarpina e a nicotina.

Robert Hooke 18/6/1635 –3/3/1703- Inglaterra – o temperamental rival de Newton, inventa o microscópio e fala em célula pela primeira vez com sentido biológico a partir da visualização de cortiça ao microscópio.


Robert Hooke


O Primeiro Microscópio


Históricas Publicações de Hooke

O número de doentes mentais aumenta assim como a pobreza e as prisões são usadas para segregar esses pacientes.

O conceito que eles seriam preciosos a Deus desmorona e agora acreditam que por serem pobres e insanos eles haviam caído na desgraça divina.

Muitos são ridicularizados, maltratados e até mesmo expostos publicamente como no Hospital de Bethlehen (Bedlam) na Inglaterra.

 Hospital de Bedlam

SÉCULOS XIX e XX

Na Alemanha desenvolve-se o conceito do “Vitalismo” onde o espírito seria a força vital do organismo de todos os organismos vivos. Em 1700 na Inglaterra começam a separar os doentes mentais e a primeira instituição para doentes mentais é fundada por William Battie (1704-1776).

 William Battie 1704-1776



A Casa de William Battie às margens do Tamisa

A filosofia da instituição era não apenas de abrigar os pacientes mas de tratá-los. Adotavam o chamado “Tratamento Moral” idealizado por Pinel que consistia basicamente no afastamento dos familiares, na diminuição de estímulos, na adoção de rotinas e em atividades ocupacionais.

William Cullen (1710-1790) introduz o ópio como terapêutica sedativa para conter pacientes agitados.

 William Cullen 1710- 1790– Escócia-Universidade de Edinburgo

Na França, os hospitais que adotavam o “Tratamento Moral” pertenciam à corte real ou à Igreja Católica.

Formam-se grupos de médicos e filósofos como, Rousseau e Diderot, influenciado pelos estudos do famoso filósofo inglês John Locke, e advogam a necessidade real de tratar os doentes mentais iniciando uma profunda reforma de conceitos que iriam influenciar definitivamente a psiquiatria praticada na França.



Jean-Jacques Rousseau 1772-1778

Denis Diderot – 1713 – 1784

Carbonis (1757-1808) une-se à filosofia desses grupos e destaca o efeito dos fatores externos e sua repercussão sobre o Sistema Nervoso Central pressionando os hospitais de Paris a reverem seus conceitos.
Essas reformas começam de fato com Vincenzo Chiarugi (1759-1820) em Florença-Itália.

 Vincenzo Chiarugi

WilliamTuke (1732-1822) com seus filhos e netos na Inglaterra e com Pinel (1745-1826) em Paris,advogam a remoção das correntes e outras forma de restrição física e a adoção do “Tratamento Moral”.

 William Tuke



Em 1773 em Williamsburg é fundado o primeiro hospital para doentes mentais nos EUA e em 1776, Franklin e colaboradores inauguram o primeiro hospital geral na Pensilvânia. Benjamin Rush (1745-1813), influenciado por Pinel defende que a doença mental era uma doença do cérebro e em adição ao Tratamento Moral inclui a sangria vermelha, vomitórios e purgantes além do uso de sua famosa “Cadeira Tranqüilizante” para pacientes agitados.

Antoine Laurent Jesse Bayle (1799-1858) descreve em 1822 a Neurosífilis.

A sífilis era uma verdadeira epidemia naqueles dias acometendo pessoas de todas as classes sociais como demonstra a ficha médica histórica de Nitzche internado no hospital dirigido por Otto Biswanger (1852-1929) em 1882.

 

Na Inglaterra, John Haslam em 1830 fala em doença mental e não em loucura. Lobstein em 1835 usa o termo “arterioclerose” pela primeira vez e Friedrich H. Lewy (1885-1950), que freqüentou o laboratório de Alzheimer , descreve em 1912 os “Corpúsculos de Lewy” em pacientes portadores de doença de Parkinson.

 Corpos de Lewy

Alois Alzheimer (1864-1915) e o diretor Emil Sioli (1817-1905) nessa época na Alemanha no Asilo de Frankfurt am Main adotam essa filosofia de atendimento.

Philippe Pinel nasceu na segunda feira de 20 de abril de 1745 falecendo em Paris no domingo de 1826.Teólogo, matemático e médico formado em Tolouse, foi, por influência dos amigos, o médico e filósofo Pierre-Jean-Georges Cabanis (1757-1808) e a médica Michelle Augustin Thouret (1748-1810), nomeado por decreto, médico chefe do asilo de doentes mentais de Paris – Bicêtre –em agosto de 1793.



Decide libertar os doentes psiquiátricos e os criminosos que o asilo também abrigava, das correntes usadas para restrição física, não apenas por sua visão humanística, como também pelas idéias do chefe da guarda do asilo Jean-Baptiste Pussin. Permaneceu em Bicêtre apenas por 2 anos, de 1793 até 1795.

Em 1795 Pinel foi nomeado médico chefe do Hospício de Salpêtrière, um asilo feminino onde as doentes eram tratadas do mesmo modo como havia encontrado em Bicêtre. Lá ele aplicou os mesmos métodos e obteve os mesmos bons resultados, como livrar as doentes das correntes que as prendiam, muitas acorrentadas por 30 a 40 anos.


Paciente sendo libertada das correntes por ordem do Dr Pinel em Salpêtrière – Paris.


O célebre Hospital de Salpêtriére onde trabalharam Charcot e Pinel - Paris – 1882

La Salpêtrière é hoje uma dependência do Hospital Geral de Paris. Sua entrada principal está no Boulevard de L'Hôpital, adjacente à Gare d'Austerlitz, e entradas secundárias no Boulevard Vincent Auriol e Rue Bruant. Veteranos sem lar eram albergados no Hôtel des Invalides (1670) e toda categoria de mendigos no Hôpital Général (1657), o qual era constituído de três unidades: Bicêtre para os homens, La Pitié para jovens, e La Salpêtrière para mulheres.
Um dos pacientes ilustres desse hospital foi a Princesa Diana, da Inglaterra, que lá faleceu, quando era socorrida, após o acidente que sofreu em 31 de Agosto de 1997.

Philippe Pinel 1745-1826

O PIONEIRO DA PSIQUIATRIA


Pinel liberta das correntes pacientes em Bicêtre.

 

Os “tratamentos” adotados nessa época eram empíricos e curiosos pra se dizer o mínimo.


Doente mental sendo exorcizado


Santo Inácio de Loyola faz exorcismo em grupo


Santa Catarina exorcizando mulher “possuída”



Paciente sendo “girado” “Chacoalhando a Loucura”



Extraindo as “Pedras da Loucura”



A cura pelo rodopio da cama

 A cura pela fé

O médico americano Benjamin Rush e sua Cadeira “Tranqüilizante”





Câmara de calor para tratamento da sífilis



O banho “terapêutico” usado em August D. em Frankfurt



Mesa de Enema – Confeccionada em Mármore

Entre 1825 e 1856, 30 hospitais foram construídos nos EUA. No final de 1800 a medicina passou a ser reconhecida como ciência e a psiquiatria começava a ganhar credibilidade como disciplina.

Philippe Pinel 20/4/1745 – 25/10/1826 – França - após introduzir o seu “Tratamento Moral” enfatiza a importância da história clínica dos pacientes no entendimento dos sintomas. Acreditava que a doença mental era um distúrbio do autocontrole e da percepção da identidade (alienação). Estuda a idiotia e correlaciona a forma do crânio com a doença.





A reforma também ocorre na Alemanha sob a influência de notáveis médicos como: Karl Friedrich Wesphfal (23 março 1833 – 27 janeiro 1890), Kahlbaum, Meynert, Wernicke, Richard Freiherr von Krafft-Ebing 4 agosto 1840- 22 Dezembro 1902.

 

Paul Julius Moebius

defende a integração entre a neurologia e a psiquiatria.

 Wilhem Griesinger 1817-1868


Na Alemanha a Teoria Vital começa a dar ênfase à fisiologia. As funções cerebrais passam a ser estudadas com profundidade. Novos hospitais são construídos incluindo o de Burgölzl em Zurique. O termo “Doença Orgânica Cerebral” é introduzido por Pinel e Esquirol (1772-1840) quando nenhuma lesão orgânica podia ser demonstrada.


Jean Étienne Dominique Esquirol 3/2/1772 – 13/12/1840 – França

Aluno de Pinel, Esquirol o sucede em 1811 como chefe do Hospital de Salpêtriére em Paris. Entre vários outros notáveis trabalhos cunhou o termo ”alucinação”.

O Tratamento Moral continuava popular e agora complementado por uma forte relação médico-paciente, atividades para melhorar a auto-estima e a reeducação de hábitos e funções perdidas ou prejudicadas. Iniciava-se também o uso de medicamentos como a beladona e o ópio como sedativos.


Os hospitais propalavam índices de cura de 60 a 70% dos casos. O acesso ao tratamento era muito limitado e para poucos. Nos EUA em 1861, para uma população de 27 milhões de habitantes, havia 48 asilos com cerca de 200 leitos cada e todos os pacientes eram brancos e da classe média.

O fator hereditário passa a ser valorizado na etiologia das doenças mentais. Os asilos ficam superlotados tanto na Europa como nos EUA. A pobreza aumenta ainda mais e a qualidade do atendimento cai. O uso de restrições físicas aumentam por falta de recursos humanos e a credibilidade do tratamento clínico é questionada. A psiquiatria passa a basear seus estudos mais nos estudos post-mortem do que na terapêutica.

Após esse período, os cientistas alemães voltam a estudar os aspectos fisiológicos com profundidade e, liderados por Wundt (1832-1920), fundam a Escola Germânica de Psicologia Experimental. Wundt muda-se para os EUA e associa-se a Titchener (1867-1927), seu ex-aluno e juntos estabelecem o “Estruturalismo”.

Essas duas escolas eram acadêmicas, não clínicas e dedicavam-se ao estudo das estruturas elementares da consciência e sua relação com a fisiologia, especialmente nas áreas da memória e da percepção.

No século XVII os estudos de Emil Kraepelin, Bleuler e Janet, sobre os chamados “Conceitos Associativos” fundamentaram interessantes teorias psicopatológicas. Charles Darwin teve uma imensa influência no avanço do conhecimento psicológico.

Darwin, através de estudos evolutivos e comparativos, esclareceu cientificamente os pontos obscuros que distinguiam os seres humanos dos animais. Outros estudos de Darwin como: a interpretação dos sonhos, a simbologia do comportamento, a existência do inconsciente e a libido foram marcantes.

Quando seus estudos são conjugados com os conceitos da Escola Objetiva-Descritiva de Kraepelin e Janet chega-se ao âmago do modelo da psiquiatria moderna.


Charles Darwin – 1809-1882

No século XIX nos EUA, com a falência do “Tratamento Moral” a etiologia das doenças mentais passam a ser vistas a partir de um substrato predominantemente orgânico conforme relataram Mitchell e Hammond e nesse momento, Beard descreve a “Neurastenia” como modelo orgânico das doenças mentais.



Silas Weir Mitchell 15 fevereiro 1829 – 4 Janeiro 1914 .EUA - Filadélfia.

Os chamados “Alienistas”, que dirigiam os asilos nos EUA, organizam-se e fundam em 1844 a Associação Americana dos Superintendentes das Instituições Americanas para Doentes Mentais que mais tarde daria origem à Associação Americana de Psiquiatria.
Esforços paralelos nesse sentido ocorrem na Europa com Maudsley (1835-1918) e Hughling Jackson na Inglaterra e com Broca na França que passam a estudar as funções mentais e suas localizações anatômicas no cérebro.

 Pierre Paul Broca (1824-1880)


Notável descoberta de Broca. Localizou a Área (motora da fala) de Broca.


O cérebro estudado por Broca (original) mostrando a Área de Broca

Darwin exerceu grande influência em Jackson que descreveu o sistema nervoso e seus níveis evolutivos.
Wallemberg em 1895 descreve com elegância e detalhes a clássica figura da oclusão da artéria posteroinferior cerebelar resultando no infarto na região lateral da medula oblonga.



Adolf Wallemberg 1862-1949 – Alemanha

Esses modelos puderam ser apoiados do ponto de vista clínico a partir do estudo das seqüelas neurológicas causadas pela encefalite letárgica após longa epidemia –1917 a 1930 e pela descoberta em 1917 do Treponema Palidum, agente etiológico da sífilis e sua seqüela mais severa, a “Paralisia Generalizada” - Neurosífilis.


A eletrochoqueterapia ECT, começa a ser utilizada na metade do século XX e os efeitos antimaníacos do lítio são descobertos em 1949 marcando esse período.



Hans Berger –1873-1941 Alemanha – Considerado o Pai da Eletrochoqueterapia.Trabalhou com Otto Biswangüer (1852-1929) e introduziu a ECT na Psiquiatria.


O Primeiro Aparelho de Eletrochoque

Na Itália um dos pioneiros na aplicação do ECT foi o italiano Ugo Cerletti, aluno de Alzheimer em Munique.

 Ugo Cerletti – 1877-1963

Cajal demonstra a estrutura dos neurônios em 1890.

 Santiago Ramon y Cajal 1852-1934

Espanha – Nobel de Medicina em 1906


Desenho Feito por Cajal (original)

Sherrington em 1906 descreve o papel dos neurônios motores e sensitivos introduzindo o conceito do arco-reflexo simples, descoberta fundamental no entendimento das funções hierarquizadas do cérebro.



Charles Scott Sherrington 1852-1957 – Inglaterra

Notável fisiologista faz pesquisas em parceria com Cajal e Robert Koch estudando as funções neuronais.
Descreveu o arco-reflexo simples em 1906.


Desenho (original) de Sherrington “overlaping” dos neurônios



Robert Koch 11 Dezembro 1843 – 25 maio 1910

 Robert Koch com sua esposa por ocasião da cerimônia de premiação - Prêmio Nobel de Medicina/Fisiologia- em 1905 por sua descoberta do agente etiológico da tuberculose (Bacilo de Koch).

Kraepelin (1855-1926), aluno de Wundt, estuda a correlação das doenças mentais com os conceitos de: incidência, distribuição, anatomia, fisiopatologia e evolução como fatores decisivos na compreensão integral das doenças psiquiátricas. Enquanto Kraepelin estuda profundamente as psicoses, Janet (1859-1947) dedica-se ao estudo das neuroses.

Alois Alzheimer (1864-1915) em 1907 publica em o seu célebre trabalho e Kraepelin cria em 1910 o epônimo: Doença de Alzheimer.



• Nota do Editor

Muitas vezes os termos arteriosclerose e aterosclerose confundem-se pois são usados em diferentes épocas e por vezes com o mesmo sentido .
Na medida do possível tentamos manter o que foi dito independente da exatidão do conceito.

ARTERIOSCLEROSE: Conceito
Grupo de processos que têm em comum o espessamento e a diminuição da elasticidade vascular.

ATEROSCLEROSE : Conceito
Termo utilizado pela primeira vez por Lobstein em 1835 (1777 – 1835) .
Doença de progressão lenta, cuja característica principal é o “ateroma” – depósito circunscrito de lípides na íntima formando uma placa fibrogordurosa focal elevada, afetando artérias grandes e médias (coronárias, cerebrais, a aorta, tronco braquicefálico , ilíacas). É o tipo de arteriosclerose mais freqüente e importante.

Fonte: AlzheimerMed

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