quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Como a doença de Alzheimer (DA) é uma enfermidade crônica de evolução lenta (com duração de até mais de vinte anos), além do fato de que nas fases avançadas o paciente torna-se completamente dependente, incapaz de alimentar-se, banhar-se ou vestir-se sozinho o impacto econômico sobre a sociedade é considerável.

Dados estatísticos demonstram que nos Estados Unidos, em 1986, foram gastos de 25 a 40 bilhões de dólares. Outras estimativas, como a de Stone et al. (1990), preveem cifras astronômicas de 720 bilhões de dólares em 2030, com base em 7% de inflação anual, com crescimento de 22% da população com mais de 60 anos.

Atualmente, a DA custa por ano à sociedade norte-americana cerca de 183 bilhões de dólares, e o governo arca com pouco mais de 10 bilhões. Isso quer dizer que mais de 170 bilhões de dólares são gastos pelos pacientes e por suas famílias em exames complementares e cuidados prestados diretamente ao paciente. No mundo, o gasto com as demências chega a 604 bilhões de dólares.

Hoje, cerca de 5,4 milhões norte-americanos são portadores de DA, que é responsável por 100.000 óbitos por ano, sendo a sexta causa de morte em adultos. Estima-se que, em 2050, de 11 a 16 milhões de norte-americanos serão portadores da doença de Alzheimer.

O número de pacientes é estimado em 35,6 milhões no mundo. Em razão do envelhecimento da população global, esses números aumentarão significativamente, em 2030, serão 65,7 milhões e em 2050, 115.4 milhões de portadores, sendo dois terços deles em países em desenvolvimento.

Como se trata de doença que acarreta grande impacto no seio familiar e estimando-se em média 3 familiares direta ou indiretamente envolvidos, o número assustador de mais de 13 milhões de pessoas nos Estados Unidos é de alguma forma atingido por essa verdadeira epidemia.

Em razão dessa abrangência, a doença de Alzheimer ultrapassa as fronteiras da medicina para converter-se num problema de ordem socioeconômica, com particular e especial repercussão no núcleo familiar.

No Brasil, não há dados estatísticos concretos sobre a doença, porém pode-se afirmar que a presença da doença de Alzheimer no país também é significativa, atingindo cerca de 1,2 milhão brasileiros.

Sabe-se que, a partir dos 65 anos, de 10% a 15% dessa população será afetada, e que, a partir dos 85 anos, praticamente a metade dos indivíduos apresentará a doença.

Como a família média brasileira é composta de 3 a 4 pessoas, esse dado remete a cifras assustadoras, uma vez que a doença de Alzheimer atinge direta ou indiretamente mais de 4 milhões de indivíduos no Brasil. Esse contingente enorme de pacientes indefesos e dependentes de cuidados diuturnos cresce constante e inexoravelmente, devendo merecer especial atenção das autoridades responsáveis pela saúde pública.

Negar esses dados é negar a realidade.

As alterações geradas dentro da família são de tal dramaticidade que se impõe a necessidade urgente de implementar medidas de apoio, tanto para o doente como para seus familiares.

Ao contrário de certos países europeus e dos Estados Unidos, o Brasil não tem planos para o enfrentamento dessa grave questão. Apenas algumas iniciativas tímidas e isoladas foram verificadas.

Só nos Estados Unidos, existem mais de 1.000 grupos de suporte familiar oficiais e mais de 250 associações com ações regionais.



Fonte: AlzheimerMed

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